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23-05-2006

Sinistras

Torço para que uma pobre alma não tenha tomado por cobiça aquela écharpe. Temo menos por mim do que pelo pobre pescoço que, engasgado de frio, se atreva a usá-la, riscando no rosto a marca sinistra do Zorro! Ela é um pedaço de mim em Paris. E emparedada em Paris, tive sonhos terríveis com forcas. Mãos que amavam com tamanha força. Portas que se cerravam, sem deixar passar frio e um mísero sopro de vida ou de sopa. Fossos profundos. Túmulos para enterrar vivos os próprios filhos. Donzelas de ferro, cozidas em vinho. Calabouços. Aquela écharpe não fará a ninguém belo ou livre E, esvoaçante, dará sempre um aviso aos navegantes: âncora à vista! Aquela écharpe, antes de mim, pertenceu a Isadora Duncan. <img src="http://almofariz.blogspirit.com/images/medium_m8disad_ec001_t.2.jpg" alt="" style="border-width: 0; float: left; margin: 0.2em 1.4em 0.7em 0;" /