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10-12-2013

Desertar

cabo de guerra.jpg

 

 

Não tenho forças

para brincar de cabo de guerra.

Não tenho a garra,

nem o sangue frio necessário

ou o espírito tático.

Sempre fui covarde.

Sempre detestei os esportes,

as disputas, as competições.

Na escola, obrigada

aos jogos de queimada,

eu integrava a massa humana,

escondida por detrás das outras,

para não ser carimbada.

E era sempre uma das primeiras

a ser eliminada.

Proteger os peitos em botão,

os braços sobre eles cruzados

era minha melhor coragem.

Quedas de braços,

esses jogos de puxar cada qual para o seu lado

me causam desolação,

afinal não tenho nervos

nem coração de aço.

E a corda 

- acorda do violão -

arrebenta sempre

do lado mais fraco.

Já está rota,

se não já

arrebentada.

Por isso deixo que fiquem com a corda toda.

Bati em retirada.

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